UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
ESPECIALIZAÇÃO EM FILOSOFIA E PSICANÁLISE
SIMONY MARIA AZEVEDO MERÇON PASCHOA
TEORIA SOCIAL CONTEMPORÂNEA, A PARTIR DO REFERENCIAL FREUDIANO
Alegre – ES
2010
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................03
2. ESTUDO DE CASO BASEADO NO TEXTO MAL ESTAR NA CIVILIZAÇÃO.......04
3. CONCLUSÃO ........................................................................................................07
4. BIBLIOGRAFIA .....................................................................................................08
1. INTRODUÇÃO
Freud relata como objetivo principal no texto Mal Estar da Civilização a discussão da repressão que é imposta pela sociedade. O processo da civilização entre os indivíduos, Freud mostra vários aspectos psicológicos desse processo que o torna homem. A civilização faz parte de nossa existência na qual aderimos involuntariamente ao nascermos.
Sabemos que vivemos em uma sociedade que exige regras de condutas de convívio social, só não podemos deixar as regras ditas como, por exemplo, o preconceito inibir o desenvolvimento de cada indivíduo, as regras são necessárias dentro de uma civilização, como forma de manter a ordem, só não se pode permitir que tais regras sejam confundidas com rótulos de atitudes preconceituosas, pois tanto para o desenvolvimento da civilização tal quanto do ser humano somente será possível com o controle de regras impostas pelo homem.
No texto ainda apresenta dois tipos instintos: o de vida e o de morte. O instinto de vida está relacionado a aproximação da civilização com os indivíduos, ou seja a interação da vida comunitária, já o instinto de morte age de forma oposta, não permite a liberdade na sociedade, é uma civilização repressiva, o indivíduo não consegue encontrar a felicidade, a liberdade de se expressar, não existe uma interação com a comunidade.
A sociedade em que vivemos existe vários tatus impostos pelo preconceito do ser humano, podemos mencionar a inclusão social dos deficientes na rede regular de ensino, apesar de hoje esse assunto ser encarado por algumas pessoas como algo normal e necessário, por outro é visto como algo assustador, impossível, recusador devido os preconceitos já impostos pela sociedade.
Precisamos lutar contra essa desigualdade e reconhecer que todos, indiferentes da classe social, deficiência, cor, sexo, etc, merecem ser felizes, o indivíduo não pode viver isolado, a comunidade deve acolher esses indivíduos fazendo valer a justiça, ou seja, a lei e o direito ético de cada ser humano independente de ser deficiente.
2. ESTUDO DE CASO BASEADO NO TEXTO MAL ESTAR NA CIVILIZAÇÃO
Através do processo de socialização, o indivíduo perde a sua condição de ser natural para se tornar ser social e ativo. A inclusão visa criar situações básicas para que o deficiente possa aprender a desenvolver habilidades que lhe serão exigidas nas etapas subseqüentes da sua formação. Sem a solução adequada desta questão, as demais atividades educacionais estarão comprometidas. É o momento da transformação do indivíduo em ser político. O professor tem de ter a consciência que nesse momento, ele está no exercício de uma função política, pois leva o aluno especial a penetrar no universo construído, do civilizado, das coisas feitas pelo homem, da literatura, da técnica, da ciência e das artes. Com o processo altera-se o perfil social do homem, pois ele se vê transformado em homem político e participativo.
Ao inserir esses indivíduos no meio também se instrumentalizam para compreender e reconstruir a sua realidade. De posse desse instrumento da cultura e da civilização, os educando podem ampliar a sua relação com universo, com a realidade histórica das relações sociais e consigo mesmo.
Como conseqüência, aspecto da vida humana terão um profundo compromisso com o homem historicamente situado, não podendo ser assumida sem que se tenha assumido a responsabilidade dessa tarefa educativa fundamental para o bem comum.
Pois, o aluno especial vê aumentadas as possibilidades concretas de uma participação efetiva na construção da realidade histórica, pois se apossa de instrumentos que o capacitem a compreender a expressar sua relação com o mundo.
Todos devem trabalhar para a formação de indivíduos que se percebam competentes e que possam exercer o papel de cidadão ativo na sociedade em que vivem independentes de sua necessidade especial.
Assim, entender as dimensões da civilização, e compreender o indivíduo na sua singularidade é dever de todos na contemporaneidade social de hoje, somente assim abolimos o preconceito da civilização.
A visão que se tem hoje a respeito do processo ensino-aprendizagem de alunos especiais é a de que o conhecimento não é dado, mas construído pelo indivíduo mediante sua interação com as pessoas e objetos, independentemente do seu nível sócio-econômico e cultural, o convívio com o meio é tão importante como o seu tratamento.
Segundo Freud em seu texto Mal estar da civilização,
Já percebemos que um dos principais esforços da civilização é reunir as pessoas em grandes unidades. Mas a família não abandona o indivíduo. Quanto mais estreitamente os membros de uma família se achem mutuamente ligados, com mais freqüência tendem a se apartarem dos outros e mais difícil lhes é ingressar no circulo mais amplo da cidade. O modo de vida em comum que é filogeneticamente o mais antigo, e o único que existe na infância, não se deixarão sobrepujar pelo modo cultural de vida adquirido depois.
Mesmo quando uma civilização age com preconceito e carrega consigo vários tabus, pois o assunto educação inclusiva mesmo nos dias atuais é encarado ainda com muita discriminação a família não pode ceder a esses preconceitos, mas deve buscar valer seus direito e principalmente o direito do aluno especial.
Ainda existem muitas dificuldades enfrentadas por esses alunos especiais, escolas sem profissionais preparados para recebê-los, escolas com escadas, sem banheiros adaptados, enfim é uma infinidade de obstáculos enfrentados a cada dia. Porém é preciso seguir enfrente e superar cada um deles e lutar pelos os direitos sempre, somente assim a sociedade terá a consciência da igualdade e do respeito.
As crianças se socializam e aprendem sobre o mundo ao se relacionarem com seres semelhantes. Sendo assim, a escola deve valorizar todas as formas de interação que as crianças podem realizar. Seja com seus pares, ou seja, com os diversos profissionais, seja com o professor ou com os objetos. As crianças têm muito a aprender umas com as outras, por isso, é preciso incentivar a troca e o diálogo, pois pode ser muito útil para a troca de informações e a construção de novos conhecimentos.
Ainda segundo Freud, “A civilização tem de utilizar esforços supremos a fim de estabelecer limites para os instintos agressivos do homem e manter suas manifestações sob controle por formação psíquica reativa.”
Sabemos que o preconceito, a falta de amor e respeito são pontos chaves para a agressão desses alunos especiais tanto na escola como na sociedade, assim como Freud mencionou cabe colocar limites a esse tipo de comportamento.
Portanto, é preciso que o educador que trabalha com alunos especiais tenha uma visão equilibrada quanto a sua atuação para intervir nesse processo de limites. Além disso, cabe ao professor estar atento aos momentos em que pode provocar ou problematizar situações que ajudem as crianças a exercitarem o pensamento e avançarem em direção à ampliação do conhecimento.
Se não for assim, ou seja, se o professor não tiver clareza sobre o seu papel de organizador, provocador, problematizador e oportunizador de situações de socialização estarão adotando uma postura esponteinísta, que pode ser inibidora do pensamento quanto à postura tradicional de transmissão de conhecimento e valores. Porque ambas as posturas deixam de propiciar à criança o desafio, o problema e, conseqüentemente, a intensa atividade da inteligência.
3. CONCLUSÃO
A civilização se constitui num caminho necessário do desenvolvimento da família à humanidade como um todo, por isso a importância de inserir valores éticos, morais e religiosos, os valores morais servirão com controle diante dos desejos.
O amor e o respeito à vida humana deve ser dever de todos em uma civilização contemporânea, mesmo que alguns indivíduos necessitam de uma atenção a mais, a deficiência não deve ser encarada como um tabu e sim como algo que todos estão sujeitos a superar e conquistar seu espaço, não existe ninguém que não seja capaz de ensinar algo ou aprender alguma coisa com o outro.
Valorizar e incentivar a união do ser humano são o ponto essencial, segundo Freud, “A vida humana em comum só se torna possível quando reúne uma maioria mais forte do que qualquer individuo isolado e que permanece unida contra todos os indivíduos isolados.”
Somente com a união será mais fácil vencer todos os estigmas ainda lançados sobre os alunos especiais, a união faz a força. Todos devem lutar pelos seus direitos.
4. BIBLIOGRAFIA
FREUD, S. “O Mal-Estar na Civilização”, Texto escrito em 1929 e publicado em 1930
SAFATLE, Vladimir. Freud como teórico da modernidade bloqueada/ Vadimir Safatle – Vitória: Universidade Federal do Espírito Santo, Núcleo de Educação Aberta à Distância, 2010.
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